Em uma ação do projeto “Futebol Catarinense do Futuro”, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) promoveu nesta sexta-feira (14/03) um treinamento de prevenção cardiológica e primeiros socorros. Participaram do evento representantes dos clubes do Vale do Itajaí, Norte e Grande Florianópolis. Todas as atividades ocorreram na sede da FCF, no bairro dos Municípios, em Balneário Camboriú.
Estiveram presentes 65 profissionais no treinamento, representando 25 clubes. Dentre os participantes do encontro estavam preparadores de goleiros, massagistas, preparadores físicos, supervisores, treinadores, auxiliares técnicos, educadores sociais, roupeiros, psicólogos, auxiliares financeiros, fisioterapeutas, coordenadores, presidentes de clube e enfermeiros. Esses terão a possibilidade de fazer os primeiros atendimentos.
O treinamento contou com aulas teóricas e práticas, que foram ministradas pelo médico cardiologista, Tiago Luis Silvestrini, e o socorrista, Marcello Luiz Lopes da Silva. As atividades fazem parte do processo de Licença Base, que é obrigatório aos times que possuem categorias de formação. A intenção do treinamento foi de conscientizar os clubes de medidas preventivas de futuros problemas médicos, inclusive cardiológicos. Entre os temas abordados foram a utilização do Desfibrilador Externo Automático (DEA), orientações de imobilização e transporte dos atletas.
A FCF pretende dar continuidade ao tema e promover mais palestras sobre o assunto. Já estão previstos novos encontros sobre primeiros socorros nos próximos meses. A entidade irá realizar um treinamento direcionado a funcionários de clubes sediados no Oeste de Santa Catarina e outra formação focada nos times do Sul do Estado.
O encontro desta sexta-feira foi iniciado com um momento teórico, mediado pelo Dr. Tiago Silvestrini, onde assuntos relacionados à morte súbita em atletas foram ministrados. “O primeiro passo foi oferecer essas informações para as comissões técnicas. É muito importante eles estarem em contato de como atender e de como evitar uma morte súbita no atleta. Isso pode fazer toda a diferença na hora de salvar ou não salvar a vida de uma pessoa. Muitas vezes esses casos ocorrem em campos de treinamento, que ficam mais afastados do centro das cidades, por conta disso, o socorro pode demorar. Portanto, começar essas manobras o mais cedo possível é fundamental”, ressaltou o médico cardiologista, especializado em eletrofisiologia cardíaca.
Em seguida, foi a vez Marcello Luiz abordar os atendimentos iniciais de uma parada cardiorrespiratória até a chegada do socorro especializado. “A prática teve o objetivo de transmitir o conhecimento sobre o que fazer no momento de uma parada cardiorrespiratória, mas também conscientizar os clubes de que é necessário que todos tenham esse conhecimento. É importante ressaltar que, quem dá o primeiro atendimento, é quem faz a diferença da vida do indivíduo até a chegada do socorro médico. Se não for feito nada, no momento de uma parada cardiorrespiratória, a partir de dez minutos o indivíduo começa a ter lesões irreversíveis. A pessoa que está na cena, iniciando as manobras de reanimação, são peça fundamental na recuperação desse paciente”, comentou o socorrista, que é técnico em enfermagem, graduado em educação física, acadêmico de enfermagem e atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Dentre os participantes do treinamento, estava Ana Carina, que é enfermeira do Nação, equipe que recebeu recentemente o Certificado de Clube Formador da CBF. “Eu, como enfermeira do Nação, acho super importante. Na minha opinião, esse convite veio a calhar no que a gente está trabalhando lá no clube, principalmente na parte da prevenção, do atendimento de emergência e outros atendimentos. Então, eu acho essencial que a Federação continue realizando essas atividades”.