Artilheiro do Catarinense SICOOB terá troféu com o nome de Norberto Hoppe

Jogando pelo Caxias (Joinville) Norberto Hoppe foi o artilheiro do Campeonato Catarinense de 1966 com 33 gols, marca até hoje não igualada. Naquele ano, Hoppe consagrou o futebol catarinense sagrando-se o artilheiro do Brasil, superando inclusive Pelé em seus melhores tempos. Uma façanha inigualável que justifica coroar quem mais balançar as redes em 2019. Na história dos artilheiros catarinenses, que mais se aproximou de Norberto Hoppe foi Tôto (Juventus/Jaraguá do Sul) que em 1991 fez 21 gols. Conheça um pouco de Norberto Hoppe, o nosso homenageado.

Norberto Hoppe no Caxias Futebol Clube
Foto: Arquivo família Hoppe.

A marca do maior artilheiro
A família Hoppe, tradicional no bairro Glória, em Joinville, já tinha um “half esquerdo” – o equivalente ao ala nos tempos atuais – e também um zagueiro de rebimba. O caçula entre quatro irmãos levou o sobrenome de origem alemã literalmente ao ataque. Com Norberto Hoppe isso foi um pouco além. Ele foi o maior artilheiro de sua época, em 1966, inclusive marcando mais gols numa temporada do que o próprio Rei Pelé.

Norberto Hoppe surgiu precoce nos juvenis do Glória Futebol Clube e, aos 15 anos, foi transferido para os aspirantes do Caxias, com ascensão imediata para o time profissional. No alvinegro, o principal rival do rubro América, o atacante se consagrou como o maior ídolo da torcida caxiense em toda história.

Caxias Futebol Clube.
Foto: Arquivo família Hoppe

Para conseguir esta posição e carinho do torcedor, Norberto foi retribuindo com gols por ser alto, de invejável compleição física, ambidestro, com belo giro de corpo, e mortal nas bolas aéreas. Calcula-se que tenha marcado mais de 500 gols na carreira.

A consagração veio em 1966, quando foi o artilheiro do Campeonato Catarinense, assinalando 33 gols. Poderiam ser mais, pois atuou apenas o primeiro turno do Campeonato Estadual. Ficou de fora do restante do campeonato para se recuperar de uma agressão pelo zagueiro Camundongo, do União de Timbó. Toninho do Santos, foi o vice-artilheiro, com 27 gols, e Mário, da Tuna Luso, do Pará, o terceiro colocado, com 23 gols.

Força financeira do futebol carioca, o Bangú precisava de um artilheiro para enfrentar seus concorrentes, tecnicamente superiores.

Foi aí que o dirigente e patrono do clube carioca, Castor de Andrade, enamorou-se por Norberto Hoppe. Afinal como desprezar tantos gols num campeonato ainda incipiente de reconhecimento e valorização nacional?

Amigo pessoal do então presidente da Liga Joinvillense de Futebol, José Elias Giuliari, Castor acionou o dirigente catarinense para abrir as portas do Caxias. Nada difícil. Giuliari era amigo pessoal de Alfonso Schutzler, então presidente do Caxias a quem apresentou o interesse de Castor e do seu clube o Bangú.

Castor foi a Joinville e nas dependências do hotel Colon, encontrou-se com Norberto Hoppe apresentando a proposta carioca. O jornalista J.B. Telles, então repórter da Rádio Cultura, presenciou o encontro e descreve as dificuldades de Hoppe em aceitar a proposta. – Ele não queria deixar Joinville e o Caxias, mas acabou convencido pela promessa de um contrato curto e uma considerável compensação financeira, diz Telles

E Norberto deixava suas paixões para brilhar no futebol carioca e no maior templo mundial do Futebol, o Maracanã. Apertado pela saudade da família, do Caxias de Joinville e das “pescarias”, Norberto Hoppe ficou apenas quatro meses em Moça Bonita. A estreia foi no Maracanã, frente ao Flamengo, no dia em 12 de agosto de 1967, em partida válida pela Taça Guanabara.

E logo no primeiro clássico, deixou sua marca, abrindo o placar aos 7 minutos do segundo tempo, vencendo o goleiro Renato (Fla), com sua tradicional “cabeçada mortal”. Após o empréstimo de quatro meses, mesmo com apelos da diretoria do Bangú para ficar, Hoppe preferiu retornar a Joinville e ao Gualicho. No Bangú, disputou nove jogos. Foram sete vitórias, um empate e uma derrota.
         
Depois de deixar os gramados, Norberto Hoppe fez parte da diretoria do Caxias, e foi membro efetivo do Conselho Deliberativo do Joinville Esporte Clube logo após a fusão de Caxias e América, em 1976.

Motivos de sobra para justificar a homenagem.

*Colaboração jornalista Roberto Dias Borba